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Arte em tempos de Quarentena

  • Foto do escritor: ozmundo7
    ozmundo7
  • 2 de mai. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 29 de mai. de 2020

Ócio Criativo e opções online ajudam a passar pelo isolamento físico


Aquarela é uma boa opção para exercitar durante a quarentena.


Que estamos em tempos difíceis e sem precedentes, todo mundo já sabe. Vendo o noticiário todos os dias com novos números da pandemia no Brasil e no mundo têm nos deixado bastante preocupados e ansiosos com a incerteza do futuro, mas ainda precisamos seguir com nossas vidas.


Muitos continuam precisando sair de suas casas para trabalhar, enquanto muitas das empresas aderiram ao “home office”, e isso pode acabar misturando o trabalho com o tempo em casa já que não há mais divisão de ambientes, crescendo a sensação de que está se trabalhando mais do que se estivesse num escritório.


Pelo bem de nossa saúde mental, é bom definirmos uma rotina e darmos um respiro à nossa mente, porque mente cansada não produz. Isso é comprovado pelo professor e sociólogo Domenico de Masi que desenvolveu a teoria do “Ócio Criativo” durante os anos 90. Muito diferente do que se pensa, o ócio criativo não nos diz para não fazer nada. É uma maneira de equilibrar trabalho, lazer e estudo a fim de trazer um desempenho ainda melhor para nossa vida, ou seja, realizar atividades que nos dêem prazer sem nos forçar a nos mantermos produtivos o tempo todo.


Seja pintar um quadro, ler livros, brincar com nossos Pets, escrever poemas ou até mesmo dormir, qualquer coisa é válido. Ou mesmo aproveitar nosso tempo livre para fazer as aulas que sempre tivemos vontade porém não tínhamos tempo. Um exemplo disso é o compilado de cursos gratuitos de desenho online oferecidos pela empresa Faber-Castell em seu site até dia 10/05, ou mesmo aulas de coreano oferecidas pelo grupo sul-coreano BTS em sua plataforma o Weverse.


Jessica Matos(24) auxiliar administrativa e Camila Ferrers (24) recepcionista e artista informal, contam ao Mundo Oz como tem utilizado a produção de arte para ocupar a mente durante a pandemia, mesmo com o cenário desesperador que enfrentamos. Ambas afirmam que as atividades não fazem com que os problemas desapareçam, porém tornam-os suportáveis de serem enfrentados. Elas nos contam seus pontos de vista e quais expressões artísticas estão desenvolvendo durante a quarentena. 1. Você se sente mais sobrecarregada durante esse tempo que está em casa do que antes quando trabalhava fora? Caso sim, por quê? J: Não diria sobrecarregada, mas sinto uma cobrança vinda de mim mesma. Acabo pensando no quanto eu posso ser produtiva e o que eu posso fazer nesse tempo em casa. Acabo planejando muitas coisas e acabo não concluindo a grande maioria me sentindo mal por não concluir essas metas. C: Existem dois lados. Sim e não. Me sinto mais livre por não estar trabalhando como recepcionista, pois era muito "no automático", sem espaço para trabalhos e pensamentos artísticos. No entanto, agora há a sobrecarga da situação global. Os problemas sempre existiram, mas o que podemos fazer diante de uma pandemia? Onde a arte cabe enquanto tantos morrem? Esse pensamento me instiga a produzir e não deixar o sentimento artístico morrer. 2. Quais atividades e distrações tem escolhido para passar melhor o tempo durante a quarentena? J: No começo da quarentena eu optava mais por jogos de videogame, porque eram jogos mais complexos e me ajudavam a me distrair e pensar menos na situação atual. Atualmente eu opto por atividades que me deixem mais relaxada, por isso estou lendo alguns livros e voltando a desenhar.

Ultimo desenho de autoria de Jéssica Matos finalizado dia 08/05/2020

C: Já que, embora em terríveis circunstâncias, houve a oportunidade de desacelerar e ter tempo, estou buscando atividades introspectivas que me permitam perceber as mudanças que ocorreram ao redor e dentro de mim, mas que não pude perceber antes devido ao excesso de correria. Muito estudo para manter a mente funcionando, pintura para expressar os sentimentos, esquetes teatrais pré-gravadas para manter o exercício em dia e também me dedicar a coisas que sentia vontade de aprender e nunca foi atrás, como os nomes das constelações.


Camila Ferrers produz telas de MDF e posta em seu instagram pessoal.

3. Como essas atividades te ajudam a driblar a ansiedade e o ócio improdutivo? J: Então, fazer essas atividades não anulam as outras coisas que eu gostaria de fazer, mas na hora em que eu me empenho no desenho e na leitura, eu me sinto um pouco mais tranquila. Mas eu sei que quando eu terminar, tudo vai voltar a me preocupar novamente. C: Acho que elas me ajudam a lembrar que se expandir é algo prazeroso. Pensar, refletir, dar risada, é tudo gostoso. Como posso dizer? Acho que diante da ameaça de pegar uma doença e morrer, achei melhor tomar a atitude para não me arrepender caso isso aconteça: sendo produtiva para mim mesma.


Já que não há muito o que possamos fazer para que a pandemia acabe logo a não ser ficando em casa, que tal se utilizarmos esse tempo “confinados” para ativar ainda mais nosso cérebro e voltarmos ao convívio em sociedade ainda melhores?




Escrito por: Brunna dos Santos




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